15.9.09

Metro-a-Metro

Abro uma página à sorte para escrever o teu nome.
Mas um movimento de braços, bancos vazios, publicidade pendurada no tecto
- circula muito ar aqui.
Está frio e está calor,
adoece-se bem aqui.

Quando o nome que escrevi te chegou por carta,
não o abriste. Alguém diz:
palavras que anulam a vida num envelope fechado.
São nomes fechados, mesmo os mais belos, que se extinguem
por ignorância do mundo.

No último reduto do mundo, sonha um homem,
anestesiado e sedento de imaginação.
Amaldiçoado pelo gelo, em chamas no interior das raízes,
é uma flor.

São mais as gravatas que os homens no tornado da Avenida Nova.
E por maior que seja o santo, há sempre uma árvore intacta.

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