25.5.09

O projecto da minha vida

Tenho em mãos o mais bonito e ambicioso projecto da minha vida. É como um poema de Herberto, dos que buscam a ternura suprema. A particularidade - do projecto - é um Tejo que se vê quase por todo o lado e o inevitável dilúculo de já começar a ser feliz.

«Sei que os campos imaginam as suas próprias rosas.
As pessoas imaginam os seus próprios campos de rosas.
E às vezes estou na frente dos campos
como se morresse;
outras, como se agora somente eu pudesse acordar.

(...)

Minha vida extasia-se como uma câmara de tochas.
- Era uma casa – como direi? – absoluta.

Eu jogo, eu juro.
Era uma casinfância.
Sei como era uma casa louca.
Eu metia as mãos na água: adormecia,
relembrava.
Os espelhos rachavam-se contra a nossa mocidade.»

Herberto Helder
(o poema - não o projecto - remeto carinhosamente para aqui)