27.9.04

Ele aguenta, sabe aguentar. De costas para o animado objecto falante. Daqueles da trupe dos elefantes brancos com asas de lã e das serpentes rebolantes. Novelos da família das ovelhas que, coitadas, mé mé mé. Mas ele vai andando, de costas e sem palavras. Era isso: o mesmo problema: as palavras, vês? Quanto mais intensa é a sua vida mais profundo e inacessível é o silêncio pantanoso em que se refugia-fugia-fugia-fugia-fugia. As palavras, sabes? E ele foge, continua a fugir. Andando aí.
Se alguém o vir que lhê um cigarro e um bocado de pão. Seja bondoso.