28.9.05

15.9.05

Regresso; não-regresso

Não sei se árvore, não sei se sal, não sei se fumo. Nas ondas do abraço te trepo - a tua saúde pontiaguda, ou janela azul, ou lezíria mental.
Não sonho se fico, não sonho se livro-fechado, não finjo se sonho. É a verdade.
E, no entanto, fumega.
Eu era total. Bebia dos barcos que te atravessavam os olhos; unicórnios com velas, o vento, círculos de fogo; não dormia. Não sei se ramos estalavam antes de me fintares pelas flores do sono. Árvore seca, talvez, no vermelho da terra, do vermelho sem estrada. Do trilho de um amor que não digo porque não é da natureza mofa deste dardo sem alvo; a palavra subterrânea; sem aquedutos de luz.
Não sem sal, não sei se vale o que te sonho, não sei explicar e tal. Eras distante, mas vital. Caminhas descalça como se já não houvesse mais vinho por pisar; tanto bebido; bebemos tudo? Lembras-te como engolíamos o azul para que não nos fugissem as nuvens?
E, no entanto, queima.
Os degraus são demasiado duros para dobrar, ficam mais pesados por cada lata que cai; pedra impermeável com buracos de lágrima.
Não sei se luto, não sei se branco de desistir. Bala de pânico, canudo apontado à testa, revolver faminto - sistemático-nulo.