22.9.10

«Le cadavre exquis boira du nouveau vin»





Está calor mas cheira a terra
molhada.
Vais levar para o mar o colchão
de encher. Abanar depois de cheio e furar
tudo,
o gato maltês nasceu num berço
anónimo do antónimo de António
Antunes,
vivo com todo o sangue de
Saramago, mago que sara feridas
literárias,
parcialmente consentidas pelo
medo do lobo que espreita quando visto
vermelho
de Abril, vermelho de janela
inventada de cor e cores que cegam
o branco,
neutro como esta mão sem
palma contígua à continuidade de
Herberto, o grande coração aberto.

Eu e Ela, em Lisboa, Madrid ou Salamanca.

* Imagem: Cadáver esquisito de Fernando José Francisco e Cruzeiro Seixas (especialmente desenhado para o efeito).

1.9.10

Morrer em Moçambique



Pergunta: em que jornal se publica o preço dos mortos?
Pergunta: a que horas passam os autocarros do terror?
Pergunta: senhor fardas, prefere espancar-me dentro de casa ou no exterior?