25.2.07

Lisboa outra vez





















De cada vez que alguém agarra uma caneta para escrever, é o pânico geral.
Como se a escrita fosse o laboratório de onde emergirá a próxima arma de destruição em massa.
Enquanto algumas dezenas de lisboetas tiram seus dias para falarem sozinhos na pesada linha do metro, eu espalharei palavras de rorret (terror ao contrário), pelos arredores deste ascensor. Enquanto os homens falam, ou dormem, ou olham o vazio, ou consentem a solidão, concretizo minhas aspirações de rorretista num papel grande, em janela próxima deste brinquedo que desce e ascende.
Às vezes dá-me a sensação que se um novo Mozart surgisse com composições de génio, em plena carruagem, ninguém se apercebia. Mas a ideia para este texto era só mesmo a de sorrir e dizer que vou viver na Bica. Em busca da chave de mudar o mundo, verde, com sonhos de Tejo.