Já não aguento esta cidade. Já me fogem as palavras de aço e é tão infantil a ilusão de as agarrar. Como lego, faltam peças e rodas a estes sempre-mesmos-edifícios.
São demasiados rostos de artifício suspensos nas vagas de ar. Sei que não aguento. Vejo eu, uma criança desesperada (três, quatro anos de desespero) a tentar chamar a atenção da mãe.
A mãe, com sotaque brasileiro, não interessa o sotaque, ignora a criança e discute com um homem que não é pai, um olhar daqueles não pode ser pai. O menino brinca, luta, levanta a voz com deliciosos tiques infantis, os adultos discutem sem nunca se olharem, a criança mexe, abana-se, tosse, brinca. Cresce com os olhos no vestido da senhora que passa.
As cidades estão cheias de olhos tristes.
ResponderEliminarOlhos com reflexos de prédios enjaulados nas pestanas.
Os meninos crescem nos tubos de escape.
No fumo dos carros.
Por isso são cinzentos e olham para os vestidos que passam, esperando ver neles muitas cores...
ora bem, ficamos a saber por encadeamento lógico de textos que o "rapaz que deseja a senhora que passa" é uma "criança de deliciosos toques infantis".. lool olha que essa está quase ao meu nível de fumar cigarros no teu colo enquanto me contas uma história! :)
ResponderEliminarjá agora, é sempre um prazer passar por aqui a consumir as tuas palavras, se bem q as prefiro sarrabiscadas num caderno vivido tirado da mala.
Oh Larguesa, são meninos diferentes. E vestidos também. ;)
ResponderEliminarapesar de encadeados, sem dúvida, como um álbum de Pink Floyd.
Bruna: é isso mesmo, às vezes é isso mesmo.
***
Ah, meu poeta.... Não brigue com Braga, não. Por aí ainda é possível ver vestidos. Por aqui, perdem-se os olhos, e com eles vão-se as esperanças...
ResponderEliminarÉs tão lindo..se não tenho cuidado, vou morar desse lado, no teu blogue, nas tuas palavras...*
ResponderEliminar(MAS CLARO QUE SIM-beijo recebido)
ResponderEliminartexto doce.
Em Braga ou noutra cidade qualquer... há sempre olhares de desespero esperançoso. Resta saber reconhecê-los.
ResponderEliminarMas há, também, novos olhares que se abrem ao mundo, a esta cidade, só com a esperança, sem o desespero. E a amizade.
ResponderEliminarSubescrevo. Num Outubro em Braga.
ResponderEliminarSubescrevo. Num Outubro em Braga.
ResponderEliminarmuito bom :)
ResponderEliminarBraga...Esse nome...enfim!
ResponderEliminaresse é o retrato de todo lado, trocamos os sorrisos pelas barrigas cheias!!!
Adoro passar por cá, a tinta da caneta começa-me logo a fervilhar, pena que seja tão dificil.
beijinhos de açucar em caruxo de cartão