4.5.05

O tão profundo BENFICA que há em mim



Era um menino tímido e estava lá. Arrepiado e surpreendido e com lágrimas no rosto. Nunca tinha pensado como a força colectiva, quando está feliz, pode ser tão divina. Era ainda no tempo dos 120 mil num Estádio. Na Luz de todas as glórias. Estávamos no ano de 1994 e o BENFICA era CAMPEÃO. Zero a zero contra o vitória de Guimarães. Quem queria saber. Estavam em campo todos os golos marcados ao longo da época. Estavam em campo as "papoilas saltintantes" e os seis golos marcados ao Sporting, em Alvalade. Estavam João Pinto, Vitor Paneira, Rui Costa, Schwartz, Mozer, Veloso, Isaías, Rui Águas. E eu chorava de tão feliz. De tão arrepiado. Bandeira às costas a gritar para a grande onda vermelha que a Luz sempre foi. O BENFICA era CAMPEÃO e fiz todos os quilómetros de regresso a casa com um sorriso nas lágrimas dos olhos. Ser Benfiquista é doença mortal. A fase terminal de estar sempre a sonhar com o vermelho na alma.
Ainda sou um menino e não mais vi o BENFICA CAMPEÃO, não mais chorei tanto e tão profundo. Mas sempre ergui a bandeira, vesti a camisola com orgulho. Fomos sempre os melhores em Amor à "chama imensa", sempre tivémos um "orgulho muito nosso".
Sou um menino pequenino e estamos no ano de 2005. Tem que ser desta, tem que ser. Porque este menino quer muito chorar de arrepios, quer muito saltar com toda a alma. Quer ver vermelho pintado pelas ruas.
Este ano este menino chorará.

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