4.6.05

Nunca falho uma visita à Lua



Os dias choram e cada um deles é mais prateado que todos os outros. O arco-íris do tempo une todas as lágrimas pelo cordão umbilical - vêm da liquidez dos sonhos, vão dar em mar. São uma família flutuante que avança por espasmos, à superfície. De que lhes servem os corpos se a alma não está completa?
O homem-fuga é um quadrado com rodas sempre a chocar contra toda a gente nas dentuças dos passeios. De que lhe serve o corpo? Por que se servem dele? Acredito que use as mãos mal se esqueça não ser nuvem. Quer jorrar vida, fazer chover sobre os muros a límpida rede de cores. Roubar à pangeia do choro o sal das lágrimas audazes. Ser homem arqueado em direcção à lua.

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