20.8.10

Estudo (muito mau) para um texto (muito mau) sobre o estudo (muito fraco) para um texto (muito fraco)



Acorda cidade ancorada no sono dos cruzeiros. É manhã quente de Agosto, hoje estão em Lisboa e amanhã em Massamã, desfrutar.
Apresenta-te em francês, na toponímia dos campónios viajantes, ici la lune, c'est la vie, fumega na língua universal do turismo navegante, desfaz-te mas acorda.

Este aqui, monumento centenário, evocando o heroísmo dos que se deixaram a dormir na iminência da fronteira de mais um dia de trabalho. Estátua amada, gananciosa, em pose de modelo decapitado.

Acorda cidade, que só no teu despertar se abre a linha azul do vulcão glaciar, muita vontade nos passos da gente, feições apertadas e nuvens de sossego.

Cidade em pó,
com especial atenção nas entradas e saídas do mostrengo, um mar em fogo de argumentação, pronta a misturar-se com a evidente histeria líquida e colectiva de um barco a vapor e seus passageiros: look my darling, a little flower.

Acorda ruidosa, Lisboa, cospe fogo num rugido de tesão, dissolve o silêncio na neutralidade de um urso, sê quotidiano imperturbável, abana a tua nobilíssima cauda de cão e, acima de tudo, não deixes que te afundem com miminhos.

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