8.3.10

A isenção do homem-livro























Nuvens pesadas suspensas sobre muitos homens não os deixam pensar.
Ainda que ergam a cabeça, estão isentos de ideias, de contrições e de amor.

É uma fórmula: um homem dedica o seu dia à escuridão do gesto, submete o corpo aos instintos mais pesados, toma banho de pijama, não olha pela janela nem atravessa pontes.
E o resultado: um dia de chumbo em excesso para o somatório de cicatrizes,
um nível abaixo do penteado.

A liberdade é, nestes casos, o maior desperdício de um homem-livro, uma tirania difícil de inalar.

Dão-lhe a poesia e ele escreve tempestades.

4 comentários:

  1. - parabéns, Silvio.
    tens um blog muito bom.
    repleto de referências.

    ResponderEliminar
  2. Eu também gosto muito de ti, meu bem-aventurado Spam.

    ResponderEliminar
  3. Gostei de ler esse pequeno texto...
    Infelizmente não entendi a parte do "nível abaixo do penteado"....
    Mas de resto, do que entendi, gostei... grande escritor
    ex patrão xD
    bjito*

    ResponderEliminar