o dia desponta na estrutura de fogo
ainda agora
ainda agora nasceu e já não há tempo para o erro
bate bate bate
no prato de prata assim plim
com sopro no ouro falta
de ar estica
a corda
janelas por abrir o homem
começa no suspiro do mito apesar
das possibilidades fizeram-no
assim
a arte plim plim bate
assim
para que quer o músico o relógio
os ventos nada podem contra
o saxofone a floresta
densa toca o sino
a cada nova árvore vai-te embora
bicho-da-seda vai-te
rosa-dos-ventos isto
é um pulmão de raiva
é o ar que vos roubo
o dia a preto e branco e verde e ainda
nem tempo para o certo
travessa de agonias experimentais
sopro sopro e muita força
nos braços tanque militar
queimadura profunda
nas impossibilidades dança comigo
centauro a roupa que despes
é uma canção dentro do piano
há um tesouro que apenas
quem o ama pode descobrir elixir
verde como olhos para afinar
as pernas a caminhada não é
vã sobretudo
a do dia nascente
e se na boca
nascesse uma árvore das noites
de chuva raíz
húmida e o violento do próximo
fim do mundo
a beleza sangra não
concede à morte a sensação
de novidade vive-se encanta-se mata-se
e pronto e para isso
há os músicos desconfortáveis
no corpo de homens.
deixa-me ser parvalhão e elogiar a forma. =o)
ResponderEliminarFico com o poema a latejar. Muito bom. Muito bom no ritmo e nas verdades a estalar.
ResponderEliminarAna-que-Não: Maria
Outros dias há em que só há tempo para o erro.
ResponderEliminaro rádio sempre a tocar
um coração avariado
que não posso desligar.
Plim.
*
plim, nasceu mais uma ilha
ResponderEliminarLeio, releio e opto por não comentar. Tenho medo de estragar... ;)
ResponderEliminarAbraço
muito bonito
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