11.2.04

Sereia

o dedo indicador da memória aponta para ti em tardes como esta,
teu rosto rodopia, sem forma, nos sorrisos anónimos,
o resto da mão submete-se ao calor e
às rasuras de um bolso saturado de matéria vã.
o braço dispersa-se pelas suas próprias
células [infectadas pelo vírus Saudade] e extingue-se
neste movimento de teclas. habituar-se-á, não te preocupes.

a condição de cada objecto é a verdade
mas não há nenhum sem uma cor fora do lugar. neutra
perante essa coisa do existir ou do pensar que se existe. o dedo
indicador é uma aproximação perversa à área
de segurança delimitada por esse olhar. expansivo.
e aponta para ti.

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