25.10.12

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# A chuva caiu como pão no estômago do homem que fumegava com fúria na boca e com gotas na língua. Em Madrid, um brasileiro festejava um golo.

# Fúria na boca de pensar a coisa que oculta e dizer o que jamais sonhou. Ignorando regulamentos, o homem suplica por um prolongamento.

# Gotas na língua de verdade. Dizer apenas o necessário e o urgente. E é urgente comer, é necessário dizê-lo.

# Na Graça, uma mota ruidosa fura o pacto de silêncio. Na apatia do anoitecer, grite-se: voa ali um homem vivo!

# Para onde caminhas? Que momento procuras?, pergunta um homem sentado. Estou sentado com muita pressa e não há maneira do meu momento chegar.

# É tempo de nos queixarmos da chuva, ensopados, como quem sai indignado de um mergulho de mar. Não nos avisaram que esta nuvem molhava.